domingo, 13 de novembro de 2011

Uma carta escrita à pena de asas















Eu não entendo como você consegue se meter em tanta roubada e ainda diz que escapou por pouco! Por pouco nada! Isso é porque você não vê o quanto eu corro na sua frente e tenho que voltar correndo para te proteger de alguma outra coisa que você não vê...
Lembra, na semana passada, quando você não olhou para o outro lado antes de atravessar?
Eu olhei e vi que estava vindo aquele carro. Na hora, eu falei para o anjo da guarda do motorista para pedir a ele que buzinasse e mostrasse a você que ele estava vindo!  Você ainda acha que foi sorte? Não... Eu estava lá!
E há dois dias... Lembra? Poucos segundos após você ter passado debaixo daquela árvore, caiu um grande galho seco que estava solto lá em cima, esperando um ventinho leve para poder cair! E caiu bem no lugar onde você tinha acabado de passar... Você ainda ouviu e olhou para trás para ver o que era! Ufa! Ainda bem que você não se machucou! Foi difícil subir naquela árvore para segurar aquele galho por alguns segundos, até você passar!
Bom, eu poderia te contar todos os casos que já passamos juntos! Afinal, muitas vezes você nem se deu conta de que fui eu que te guardei! Mas, eu não posso ficar aqui... Daqui a pouco você vai acordar e precisa fazer mais coisas... E eu vou preparar o seu caminho!
Sei que você já cresceu e já não pensa muito em mim, mas, eu gostaria de pedir, para que tente, nem que seja somente uma vez no dia, tente se lembrar que eu existo!
Sei que as coisas mudaram para você. Mudaram para mim também! Suas tarefas aumentaram... As minhas também! Afinal, eu estou sempre com você, onde quer que você vá!
E, ainda que você tenha crescido e seu tempo pareça diminuir cada dia mais, peço que converse comigo um pouquinho... Muitas vezes eu me sinto só!
Eu tento te mostrar que eu estou aqui, mas, salvar sua vida inúmeras vezes, não tem sido suficiente. Então, decidi te escrever...
Eu só quero que você saiba que, desde que viemos juntos para a terra, a pedido do nosso Bom Deus, eu jamais te deixei só. Eu vi todos os seus passos e nunca dormi! Fiquei contigo dia e noite! Eu só quero que se lembre mais de mim, e que reze um pouco mais comigo!
Eu só quero que ainda me queira contigo, porque eu nunca fui de mais ninguém!
Seu Anjo Da Guarda.

Ananda Oliveira de Paula

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Volto para dizer














Quanto tempo faz que não venho aqui... Quanto tempo tem que não volto.

Mas isso não quer dizer que me esqueci. Muito menos que deixei de pensar em ti.
Durante esse tempo me perdi um pouco...
Foram desses dias que a gente corre para não perder tempo e perde os próprios dias... Correndo.
Fui um pouco menos de mim algumas vezes, confesso.
Mas, volto para dizer que já passou... Que me observei e revi minhas páginas preenchidas.
Percebi que as páginas vazias são muito mais numerosas, nem quis contar!
E decidi-me por escrever-te novamente.
Mas preciso muito que entenda isto que digo e repito:
Durante esses dias eu não me esqueci de ti!
Muito pelo contrário! Eu pensei bem mais...
Eu pensei que pudesse te encontrar um dia... de novo!
E lembrei que tudo vai bem quando estou contigo!
Preciso confessar algo mais...
Nesses dias, eu pensei mais do que somente em ti...
Eu pensei em nós!
Ananda Oliveira de Paula

terça-feira, 26 de julho de 2011

Justifico-me
















É que, às vezes, as palavras me fogem... Simples!
Voam em direção à porta de saída e entram num labirinto.
Confundem. Correm. Calam.
Viajam rumo ao horizonte e se perdem.
Deixam-me por um tempo. Simples!
(Silêncio inconsolado)
...Ou sou eu que não sei colocá-las no lugar?
Não sei, meu Deus! Não sei!
Enquanto isso, digo aos meus versos palavras de um outro poeta:
"Dorme em paz, amor! O tempo que minha canção soar... E não deixe de sonhar!"
Assim como eu também não deixarei de sonhar com vocês, palavras minhas!
E, assim, passo longo tempo sem elas.
O que também me entristece muito... Não é tão simples assim!

Ananda Oliveira

domingo, 15 de maio de 2011

Em Silêncio





















Chovia...
Em silêncio, ela se foi.
Nem palavra, nem um sorriso.
Nem nada... Nada mais.
Aquela noite era fria...
O seu coração era quente...
E o seu olhar... Ah, o seu olhar...
Ele dizia mais...

Ela partiu
Ao virar a esquina, ela sorriu.
E olhou pra trás... Mas, não pra mim.
Nem pra ninguém.
Aquele olhar era um segredo.
O seu sorriso era sem medo.
Passos firmes... Achei que poderia voltar...
Mas, ela? Ela não voltou mais.

E eu pude perceber...
Que no seu olhar sem rumo certo.
No seu sorriso sem direção
Ela, apenas partia, sem dizer aonde ia...
Ela não disse mais nada...
E, em silêncio... Ela se foi.


Ananda Oliveira

domingo, 1 de maio de 2011

Casa



Por hora, ausento-me de fora e encontro-me totalmente dentro.
Deixo-me descansar em mim.
Canto. E, por cantar, deito-me em versos e melodias. Preencho-me.
Se for preciso dizer o que trago aqui, não direi tudo em palavras. Não seria metade do inteiro que eu sinto...
Não fujo, não finjo. Apenas não digo.
Sou breve, mas, aqui dentro, há canções e todos os seus acordes e arranjos.
O que ressoa do lado de fora não é nem metade do refrão.
Por dentro, refaço-me a cada instante.
Por fora, só traços de mudanças constantes.
Sinto. De dentro para fora. E é tudo.
De fora para dentro só há reflexos, porque o que vem de fora reflete em mim, e não eu nele.
O que me domina por dentro é aquela história de que "o interno não aceita tintas".
Coloro o externo. A minha carta de chegada. Convite de visitas.
Já o interno é a festa, propriamente dita. É o espetáculo sem ensaios.
Onde recebo os convidados e sirvo o banquete dos sentimentos nobres.
  
Ananda Oliveira

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quero que saibas...


Quero que você saiba...
Enquanto houver estrelas no céu,
Enquanto o sol vier iluminar o dia,
Enquanto o tempo passar,
Eu estarei aqui!
Eu estarei ai!
Eu estarei... Onde você estiver!!
E, entenda que, mesmo que eu pareça estar longe,
essa ausência não existe no coração.
Porque, a distância, quem inventou foi o homem.
Mas, no coração, quem une é Deus!
Ananda Oliveira

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sem Palavras


Eu me lembro bem do dia em que as palavras sumiram da minha boca.
Meu coração falou por mim.
Por dentro, eu queria escrever milhões de coisas.
Mas, por fora, eu não conseguia agir.
Eu só olhava pra você e era tudo.
Era tudo o que eu conseguia ver e sentir.
Era o que eu queria ter. O que eu sempre sonhei...
Você estava ali, diante de mim.
E eu fiquei sem palavras, sem verbos, sem versos, sem rimas...
Eu só te olhava, te encontrava... E me perdia.

Ananda Oliveira

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Agir... ir...


Não há "porquê" ficar parado.
Não há necessidade de ficar com os braços cruzados
esperando o tempo passar ou dedos cruzados esperando pela sorte.
Diante da sua vida, diante do que você tem hoje, te falta alguma coisa?
Se sim, busque. Nada te impede. 
Siga. Viva.
O que ficou para trás precisa sim existir, mas apenas na memória.
Não devemos trazer para o presente restos de lembranças e tentar revivê-las...
São só lembranças.
O que virá precisa de tempo para vir.
Nada chega por inteiro, por completo, se não estiver no tempo certo de chegar.


Ananda Oliveira

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sonho... Sonhar


Sonhar é acreditar antes mesmo de acontecer.
Sonhar é se entregar à certeza do amanhecer.
Sonhar é querer ser... Querer estar.
E ansiosamente esperar.
Sonhar é ver a vida em uma arte.
Uma intocável arte!
Sonhar é correr em campos verdes com a pessoa amada
e recostar-se sob a sombra de um ipê, em plena primavera.
Sonhar é ganhar uma flor e vê-la se desfazer docemente enquanto tenta tocá-la.
Sonhar é parar em meio a uma tempestade e ter de quem ouvir:
"Tudo vai ficar bem!"...
Em tom harmonioso e suave, acompanhado de um abraço.
Sonhar é ter tudo isso, sem ter.
Sonhar é querer, acreditar e esperar...
E eu insisto em me sonhar contigo!
Ananda Oliveira

Loucura? Não. Avessos!


Tão longe estive que por pouco não perco o caminho de volta.
Tão alto voei. Sem confiança buscava um novo lugar para estar.
Quanto mais perto do céu, mais longe do chão. Sonhava procurando razão pra sonhar.
Meu grito não era de dor, era de amor.
Mas, no alto não tem caverna, não tem montanha e nem mesmo o eco me respondia.
Nem o eco. Nem ninguém.
Vazio. Ausência. Solidão. Desencontro.
Nada a fazer. Nada a dizer.
Eu já não me encontrava. Nem me deixava partir.
Eu, calada falava. Eu, chorando... Sorri!
Eu e o meu avesso...
Tão quieto e tão travesso.
Eu... Um tanto além. Um pouco aquém.
Divisão de partes. No fundo... Uma só parte.
Uma, parte só, e a outra, parte junto.
Pouco é pouco demais. Muito excede e transborda.
Sobra. Sobra pouco e falta.
Loucura?
- Avessos! Contrários! Contrastes.
Eu.
Eu voltando a ser o que eu nunca fui e o que eu nunca mais serei.

Ananda Oliveira